Seguindo com a repercussão do anúncio feito pela prefeita Emília Corrêa (PL) sobre o cancelamento da licitação do transporte coletivo da Grande Aracaju e a demissão dos diretores do Consórcio Metropolitano, a edição desta quarta-feira, 8, do programa Inove Notícias da Cultura FM com Kleber Alves, conversou com o atual diretor-executivo do Consórcio, Renato Telles.
Renato Telles afirmou que tomou como surpresa a decisão da prefeita. “Tendo em vista que foi um processo feito de forma transparente, dando ciência para todos os órgãos de controle e que hoje, não tem nenhum impedimento jurídico”, revelou.
De acordo com o diretor-executivo, a licitação já foi superada. “Desde setembro do ano passado, já temos um contrato assinado com as empresas vencedoras. Estamos na etapa de execução do contrato, da contratação de motoristas, a compra de veículos e a construção de garagem”, afirmou Renato Telles ressaltando que considera o contrato positivo para os aracajuanos. “E que beneficia a população, trazendo melhorias, com carros mais novos e segurança jurídica para as empresas”, disse.
Uma das alegações feitas pela prefeita Emília Corrêa foi de que a licitação não ouviu a população, o que foi rechaçado pelo diretor-executivo. “Foi feita consulta pública e tivemos mais de 500 pessoas das diversas cidades com mais de 700 contribuições e sugestões. A consulta pública não era uma obrigatoriedade, mas os prefeitos das quatro cidades e o governador entenderam que a população precisava participar e houve mudanças baseadas no que a população solicitou”, frisou.
Sobre a demissão de toda a diretoria do Consórcio, Renato Telles foi enfático a reafirmar que segue no comando. “A gestão do sistema de transporte é feita pelo Consórcio, como definiu a Lei federal 11.107 de 2005, e a Lei de criação do consócio de 2015, e é fundamental respeitar a lei de criação do consórcio e o seu estatuto e a questão de prever mandato para a diretoria, é para dar estabilidade e permitir governança”, disse.
Para ele, notícias dessa natureza não trazem segurança e confiabilidade, nem para a população, nem para as empresas que participaram e ganharam. “Além disso, para destituição do diretor-executivo precisa de maioria qualificada, ou seja, de quatro votos. Nada impede que os prefeitos e o governador se reúnam em assembleia geral para deliberar sobre esse assunto. Para esse meio tempo, eu sigo trabalhando e considero um processo bem feito, com contrato assinado e cobrando das empresas pelo início do processo e da operação para entregarmos um transporte de qualidade”, completou.
Foto Marcelle Cristinne