Nesta segunda-feira, 11, a série documental América: reconstruindo Aracaju promoveu uma das etapas da contrapartida social desse projeto audiovisual, com a realização da oficina “A Assistência de Som no Set”.
A oficina foi realizada na sede da Produtora Clip Filmes e contou com a participação de jovens negros de Aracaju e do interior do estado. Ministrada por Marco Vieira, diretor da produtora, com a participação de estudantes do curso de Cinema da UFS, destaca-se o seu viés de inclusão e de acessibilidade, pois um dos participantes é deficiente visual.
O jovem Wendel Fernandes, morador de Estância, recebeu uma ajuda de custo para conseguir se deslocar do interior do estado e passar três dias na capital. A iniciativa busca capacitar e incluir essa juventude no mercado audiovisual, oferecendo ferramentas para que eles ampliem suas perspectivas profissionais e culturais.
Wendel, deficiente visual e um dos jovens participantes, estará presente em uma das locações dessa fase de pré-entrevistas realizando a parte prática da oficina. Auxiliará na captação da ambiência sonora do bairro América, cenário central da série. Esse trabalho ressalta a importância de formar os talentos locais, fortalecendo o protagonismo de profissionais negros do audiovisual sergipano, uma das características marcantes da Produtora Clip Filmes.
“Acho que este projeto é de suma importância, principalmente, nos dias de hoje em que se fala muito em inclusão e acessibilidade muito na teoria e pouco se pratica. Atitudes como essa devem ser destacadas por incluir a pessoa com deficiência em projetos de audiovisual, e para mim que sou deficiente visual me sentir incluso e integrado a este projeto, além de aprender, é muito importante para mim”, é o que ressalta Wendel Fernandes participante da oficina.
Inspirada no livro AMABA: o esquecido círculo de cultura da Aracaju dos anos 1980, de Zezito de Oliveira, a série dirigida por Joyce Vieira e Marco Vieira mergulha na história, arte, religiosidade e no espírito coletivo do bairro América, revelando as raízes que fazem dessa comunidade um dos grandes pilares da memória aracajuana.
Contemplada pelo Edital 08/2023 da Lei Paulo Gustavo, operacionalizada pela FUNCAJU, América: reconstruindo Aracaju não apenas registra histórias, mas reafirma o compromisso do audiovisual sergipano com a inclusão e a diversidade.
Foto: Clip Filmes